quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Crítica: Borg vs McEnroe . 2017


Vários são os biopics desportivos que vão merecendo destaque ao longo dos anos. Na sua maioria, os desportos mais populares como o boxe, atletismo ou até futebol, nunca tendo sido explorado profundamente o mundo do ténis e dos seus jogadores. Aqui dois dos maiores astros do ténis mundial de sempre, são explorados apenas sobre o olhar tenso de um campeonato em Wimbledon que ficou para a história do ténis.

O filme é totalmente focado na rivalidade existente entre Björn Borg (Sverrir Gudnason) e John McEnroe (Shia LaBeouf) e no campeonato de Wimbledon, até chegarmos ao encontro final, no jogo que decidiria se Borg seria campeão do mundo pela quinta vez, ou se McEnroe, estrela em ascensão, o iria finalmente derrotar. Os dois têm mais em comum do que aquilo que aparentemente poderiam pensar, e a jornada durante este campeonato de oitenta, viria a demonstrar a cada um, que ambos poderiam ter lições a oferecer um ao outro.

As interpretações são bastante competentes. Sverrir Gudnason é fantástico, incorporando um Borg frio e aparentemente sem sentimentos, concentrado nos seus objectivos, escondendo as suas emoções transmitindo ansiedades e frustrações apenas com linguagem corporal e olhar. Apesar dos precauços na sua vida pessoal, a verdade é que Shia LaBeouf é um excelente actor, e aqui também ele tem uma performance muito boa, com uma postura irreverente e descontrolada, de um jovem promissor que é incapaz de controlar as suas emoções. Este é um filme sobre rivalidade, mas acima de tudo é sobre dois homens que aprenderam um com o outro a gerir sentimentos perante adversidades, conectando-se a nível pessoal, mas também espiritual. Com uma atmosfera bastante pesada e uma palete de cores muito ao estilo dos anos setenta e oitenta, captando na perfeição aqueles anos, a narrativa pode não ser a mais energética, mas certamente nos mantém interessados. O seu maior ponto fraco será mesmo o confronto final, que poderia culminar num climax muito maior e ser menos cansativo de assistir. A emoção até está presente, mas aquela ansiedade que o grande final chegue acaba por ser tornar indiferente.

É um biopic minimamente competente, com excelentes interpretações, mas que opta por algumas escolhas menos interessantes que o colocam em desvantagem perante outras histórias de desportos já conhecidas do cinema.

Classificação final: 3 estrelas em 5.
Data de Estreia: 05.10.2017

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