sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Crítica: Atomic Blonde - Agente Especial (Atomic Blonde) . 2017


WOW! Fico mesmo feliz quando sou surpreendida. Atomic Blonde é um misto de cultura pop, muita acção e sensualidade que fazem dele um dos filmes do Verão, daqueles que vale mesmo a pena perder tempo a ver durante a august silly season.

Adaptado do graphic novel "The Coldest City", de Antony Johnston, Atomic Blonde é um thriller de espionagem passado em Berlim antes da queda do murro. Lorraine Broughton (Charlize Theron) é uma agente secreta do MI5, à qual é atribuída a missão de descobrir quem assassinou um agente britânico que tinha em sua posse uma lista de nomes bastante importantes. Rapidamente Lorraine vê-se envolvida no teia de morte e traição, assim que mete os pés na cidade de Berlim, onde vai ao encontro do também espião David Percival (James McAvoy) que adquiriu métodos pouco ortodoxos, recorrentemente colocando em risco a missão. Cabe a Lorraine desvendar os mistérios escondidos pela Guerra Fria, usando as suas melhores tácticas e intuições. Quente como o fogo, fria como gelo, ela é a mistura bombástica que da alma a esta história.

Este era o papel que faltava à carreira de Charlize Theron, que aqui interpreta de forma sublime esta loira explosiva e lhe dá profundidade, envolvência e o mistério necessário para o sucesso do filme. É ela quem o lidera, com atitude e muito power, o power que muitos homens em papeis do género nunca conseguiram obter! Não posso deixar de falar do multifacetado James McAvoy, e do porquê do mesmo fazer tudo tão impecavelmente. Sendo este nitidamente o filme de Theron, McAvoy mal foi promovido na divulgação do filme e a verdade, é que o habitual acontece, ou seja, qualidade absoluta. Para adicionar ao pacote, ainda temos John Goodman, e quem não gosta de Goodman!? Berlim é feroz, sombria e inquieta, com o perigo sempre à espreita, onde os espaços carregam o peso da Guerra Fria, e cada quanto é coberto pelas neon lights que dão à coisa um espírito 80's ainda maior. É sabido que Charlize Theron treinou propositadamente para as sequências de acção do filme, onde as coreografias são absolutamente brutais e super bem executadas a nível visual. As referencias cinematográficas são evidentes - penso que facilmente conseguirão identificar a referencias a Tarantino, Iñarritu ou até Cuaron - mas sempre respeitadas, usadas quase como que homenagem e não re-aproveitadas de forma rasca. Por mais previsíveis que alguns momentos perto do final possam ser, ou por mais vezes que o argumento tente fazer complicado o que na realidade não é, a satisfação já se sobrepôs a isso e estamos mergulhados em autentico êxtase, durante duas horas que se fazem acompanhar de uma deliciosa mixtape dos anos 80's onde podemos encontrar nomes como David Bowie, os Depeche Mode ou George Michael

O filme acaba e só queremos que comece outra vez! É o power feminino de Theron, Charlize Theron.

Classificação final: 4 estrelas em 5.
Data de Estreia: 10.08.2017

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