sábado, 17 de dezembro de 2016

Crítica: Rogue One: Uma História Star Wars (Rogue One: A Star Wars Story) . 2016


Fã de Star Wars, que é fã de Star Wars, fica sempre fascinado com tudo o que vê? Nem sempre. Rogue One: Uma História Star Wars deixa um sabor amargo na boca, quando pelo medo de arriscar, joga apenas pelo seguro, perante uma narrativa pouco fundamentada e um pouco inconsistente. Neste primeiro blockbuster da nova série de spin-offs da Disney, fica a faltar a garra de The Force Awakens (2015) e isso é um aspecto extremamente importante a partir do momento em que agora mais que nunca o universo deverá manter o interesse de todos, pois a cada ano teremos a agradável visita de mais um filme da franquia. Mas será este o rumo que queremos que Star Wars tome?

Algures no tempo entre os eventos passados em Revenge of the Sith (2005) e A New Hope (1977) encontramos em Rogue One um grupo de rebeldes que se junta para roubar os planos maquiavelicos da Death Star, que já haviam sido comprometidos por Galen Erso (Mads Mikkelsen), engenheiro de armas Imperial ao comando de Orson Krennic (Ben Mendelsohn), que o recrutou contra sua vontade para terminar o projecto que causaria o pânico em toda a galáxia. Jyn Erso (Felicity Jones), filha de Galen, que se viu obrigada a viver escondida e à margem da lei toda a sua vida, acredita que o pai vendeu a alma ao Império, mas ao descobrir quais as suas verdadeiras intenções leva avante o plano de conspiração contra o lado negro da força, estando disposta a liderar o grupo de homens corajosos, também eles dispostos a arriscar a vida por uma causa maior. 

Os trailers já indicavam para uma cuidada imagem visual e uma fiel abordagem dentro daquilo que George Lucas havia feito na trilogia original, transportando-nos verdadeiramente para os grandiosos primeiros anos de Star Wars, com visuais e cenários perfeitos, onde aos poucos vão marcando presença vários elementos bem conhecidos assim como os cameos de ligação entre momentos e determinados espaços. As sequências de acção estão extremamente bem executadas e a cinematografia é deveras bela. Gareth Edwards sabe certamente o que anda a fazer ao dar a profundidade necessária à magia que é todo o universo Star Wars. Mas é quando tentamos fazer com que esta história se torne significativa que surpreendentemente percebemos que afinal não o é. Com uma sequência de abertura bastante poderosa, pensamos que estamos prestes a embarcar no caminho certo, mas a falta de desenvolvimento e de uma razão verdadeiramente forte para o que na realidade estamos a ver parece nunca chegar. Falta também o carisma necessário a Felicity Jones e Diego Luna para poder carregar a envergadura deste legado. A falta de força e garra presente nestes dois personagens centrais levam a crer que simplesmente foram um enorme erro de casting, algo que é totalmente compensado pela presença imponente do grande Ben Mendelsohn e dos divertidos personagens interpretados por Donnie Yen, Jiang Wen e Alan Tudyk que dá voz ao droid imperial K-2SO. Chegamos ao fim e concluímos que o maior dos seus propósitos era apenas ser um fraco elo de ligação, sem um caminho devidamente traçado, onde são empurradas umas quantas ideias à pressão e é esquecida a importância deste grupo de personagens que poderia ter dado muito mais à história. Sem falar muito sobre o que toca a surpresas, posso dizer que ao menos somos brindados com umas quantas cenas que trazem toda a nostalgia de volta. 

Parece que este ficou um bocado mais para o dark side do que propriamente para os lados da Força... Não é certamente um filme mau, mas sabe a pouco, sendo até capaz de deixar um fã a questionar se verdadeiramente seria necessário este tipo de spin-off

Classificação final: 3 estrelas em 5.
Data de Estreia: 15.12.2016

Sem comentários:

Enviar um comentário