quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Crítica: Joy . 2015


Porque é que David O. Russell continua a cometer os mesmos erros? Esta é a pergunta que de imediato persiste assim que Joy termina. Uma história que aparentemente pode parecer um pouco louca, mas que é na verdade baseada em factos verídicos. Forte nas interpretações, fraca no argumento.

No inicio do ano de 1990, Joy Mangano (Jennifer Lawrence), uma jovem mãe, tenta sustentar a sua família totalmente disfuncional, lidando todos os dias com os problemas dos outros, sem ter tempo para olhar para si. Quando inventa a Miracle Mop (uma esfregona que tem a capacidade de torcer sozinha através de um mecanismo pensado por si) a sua vida começa a dar uma reviravolta. Desta família fazem parte o ex-marido (Édgar Ramirez) que se recusa a sair da cave lá de casa, a mãe (Virginia Madsen) compulsiva que passa o tempo a ver telenovelas, o pai (Robert De Niro) que continua em busca do grande amor da sua vida, a meia-irmã (Elisabeth Röhm) que adora meter-se em tudo o que Joy faz e a avó Mimi (Diane Ladd), a única capaz de lhe dar o apoio moral e a responsável por fazer acreditar que um dia seria alguém importante. Todos estariam envolvidos no projecto da Miracle Mop e Joy não poderia imaginar as peripécias que isso lhe iria trazer. Um biopic charmoso, mas incapaz de impressionar.

Mais uma vez, o brilho das performances são o que dá vida aos filmes de David O. Russell, em especial a performance de Jennifer Lawrence, que sem grandes surpresas dá vida e emotividade aos problemas de uma típica dona de casa, à procura de um sonho. Misturando aspectos reais com fantasia, o filme infelizmente não tem a capacidade de seguir um rumo certo, o que prejudica o resultado final. Para além da duração ser um pouco longa demais, para aquilo que o filme tem para nos contar, momentos totalmente desnecessários vão valorizados, ao invés de ser dado destaque e devido desenvolvimento àquilo que realmente interessa. O final é muito apressado e a insatisfação fica no ar.

Resta-nos a grande interpretação de Jennifer Lawrence, num filme que deixa a mensagem de que nunca devemos desistir dos nossos objectivos. Só é pena que os caminhos para o demonstrar, por vezes, não tenham sido os melhores. Prefiro claramente o David O. Russell realizador, que o David O. Russell argumentista.

Classificação final: 3 estrelas em 5.
Data de Estreia: 07.01.2016

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