terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Crítica: Beleza Colateral (Collateral Beauty) . 2016


David Frankel é responsável por uma das mais conhecidas e mais adoradas comédias dramáticas dos anos 00's. Grande parte da sua reputação vem do sucesso de The Devil Wears Prada (2006), onde a qualidade improvável de um filme do género o fez destacar de todos. Isso tudo está longe de acontecer aqui. Com um elenco de luxo e repleto de boas intenções, Beleza Colateral perde-se no meio de um enredo que é uma confusão e o final previsível.

Howard (Will Smith) foi outrora um homem destemido, confiante e acima de tudo feliz, até ao dia em que perdeu a sua filha de seis anos que faleceu devido a doença rara. Três anos se passaram e Howard perdeu a vontade de viver. Passa os dias tipo zombie, dorme pouquíssimo e anda loucamente de bicicleta pela cidade. Ao ver o estado perturbado em que o amigo se encontra, os seus sócios, numa empresa de publicidade de grande reputação em Nova Iorque, Whit (Edward Norton), Claire (Kate Winslet) e Simon (Michael Peña) decidem investigar o seu dia-a-dia e acabam por descobrir que Howard escreve cartas, não a pessoas, mas aos espíritos do Amor, Tempo e Morte (respectivamente interpretados por Keira Knightley, Jacob Latimore e Helen Mirren). Na tentativa de provar ao sócio que precisa de reagir e enfrentar a vida, agora de outra forma, os três têm o objectivo de enganar Howard contratando actores que irão interpretar esses mesmos espíritos, interagindo com ele em vários locais da cidade, levando-o a acreditar que está louco na tentativa de o fazer abdicar da sua parte da agência, salvando-a da instabilidade constante do seu sócio maioritário.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Crítica: Hell or High Water - Custe o que Custar! (Hell or High Water) . 2016


À primeira vista, Hell or High Water não demonstra todo o seu imenso potencial, e aos poucos vamos percebendo que estamos perante um inteligentissimo western dos tempos modernos, que apesar da sua simplicidade tem muito de belo, cruel e real. David Mackenzie realiza, e o responsável pelo excelente Sicario (2015), Taylor Sheridan escreve.

No Oeste do Texas Toby Howard (Chris Pine) é um homem divorciado e pai de dois filhos que em conjunto com o seu irmão Tanner (Ben Foster) anda a realizar uma série de assaltos aos bancos da localidade. Aparentemente têm tudo bem elaborado e o plano tem tudo para dar certo, mas a imprudência constante de Tanner vai leva-los a correr riscos, e quando se vêm sob a mira dos dois rangers do Texas, Marcus Hamilton (Jeff Bridges) e Alberto Parker (Gil Birmingham) os métodos dos dois irmãos tornam-se cada vez mais inconstantes e a personalidade de cada um começa a interferir com os seus objectivos. Aqui mergulhamos num thriller bem sucedido que nos mostra um mundo de policias e ladrões bem ao estilo americano, com uma mensagem muito mais relevante do que à primeira vista aparenta ter.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Crítica: Rogue One: Uma História Star Wars (Rogue One: A Star Wars Story) . 2016


Fã de Star Wars, que é fã de Star Wars, fica sempre fascinado com tudo o que vê? Nem sempre. Rogue One: Uma História Star Wars deixa um sabor amargo na boca, quando pelo medo de arriscar, joga apenas pelo seguro, perante uma narrativa pouco fundamentada e um pouco inconsistente. Neste primeiro blockbuster da nova série de spin-offs da Disney, fica a faltar a garra de The Force Awakens (2015) e isso é um aspecto extremamente importante a partir do momento em que agora mais que nunca o universo deverá manter o interesse de todos, pois a cada ano teremos a agradável visita de mais um filme da franquia. Mas será este o rumo que queremos que Star Wars tome?

Algures no tempo entre os eventos passados em Revenge of the Sith (2005) e A New Hope (1977) encontramos em Rogue One um grupo de rebeldes que se junta para roubar os planos maquiavelicos da Death Star, que já haviam sido comprometidos por Galen Erso (Mads Mikkelsen), engenheiro de armas Imperial ao comando de Orson Krennic (Ben Mendelsohn), que o recrutou contra sua vontade para terminar o projecto que causaria o pânico em toda a galáxia. Jyn Erso (Felicity Jones), filha de Galen, que se viu obrigada a viver escondida e à margem da lei toda a sua vida, acredita que o pai vendeu a alma ao Império, mas ao descobrir quais as suas verdadeiras intenções leva avante o plano de conspiração contra o lado negro da força, estando disposta a liderar o grupo de homens corajosos, também eles dispostos a arriscar a vida por uma causa maior. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Crítica: Animais Nocturnos (Nocturnal Animals) . 2016


Escrito, produzido e realizado por Tom Ford, Animais Nocturnos é uma das melhores surpresas deste ano. Não é a primeira vez que o estilista que se transformou em realizador surpreende, tendo grande habilidade para nos prender e encantar com os seus trabalhos, como já o tinha feito em 2009 com A Single Man.

Susan (Amy Adams) é rica, sofisticada e dona de uma galeria de arte em Los Angeles. Apesar da sua vida de sonho, vive infeliz, presa ao passado e a uma vida que nem sequer chegou a ter tempo de construir decentemente com o ex-marido Edward (Jake Gyllehaal), um escritor falhado que nunca lhe conseguiria proporcionar a vida luxuosa que ambicionava, mesmo existindo muito amor entre os dois. Agora ao lado do actual marido Walker (Armie Hammer), Susan é uma mulher triste, atormentada pelas decisões erradas que outrora tomou, e ao receber em casa a encomenda de um livro escrito pelo ex-marido intitulado de "Nocturnal Animals", pedindo a sua opinião sobre este, começa de imediato a lê-lo e a ficar cada vez mais perturbada com o que lê. O livro é um thriller sobre a história de um assassinato no Texas, cujos personagens e situações têm algo de muito familiar a Susan. Mas existe muito mais do que aquilo que vemos à superfície. Uma história sobre triunfo, vingança, desespero, amargura e sentido da felicidade, com uma forte crítica social à mistura.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Crítica: Aliados (Allied) . 2016


Robert Zemeckis aposta pela primeira vez num drama passado durante a Segunda Guerra, que tem mais de thriller romanceado com muito glamour, do que propriamente algo focado no período histórico em que se insere. 

O agente secreto Max Vatan (Brad Pitt) acaba de aterrar de para-quedas no Norte de África e dirige-se para Casablaca, onde tem como missão assassinar o embaixador alemão e terá como ajuda a belissima Marianne Beusejour (Marion Cotillard) agente da Resistência Francesa. Marianne tem já o terreno preparado e quando Max lá chega, os dois têm de fingir ser casados e impressionar os nazis locais que entretanto foram criando amizade com Marianne. Ambos têm de ser credíveis não causando quaisquer suspeitas, e rapidamente a relação profissional entre os dois se torna algo mais e os dois se apaixonam. Depois da missão ambos escapam e Max pede a Marianne que volte com ele para Londres e se casem. Com esta relação a avançar tão rapidamente, suspeitas sobre a verdadeira identidade de Marianne se levantam e as suas intenções para com Max começam a ser questionadas.

domingo, 20 de novembro de 2016

Crítica: O Primeiro Encontro (Arrival) . 2016


Quando gostamos muito de um realizador, é um pouco difícil não criar certas expectativas. Denis Villeneuve decide agora apostar num género diferente do que tem feito, seguindo os passos de Interstellar ou Gravity, onde os sentimentos do ser humano são explorados, ao mesmo tempo que a imensidão de um universo, o futuro e as complexidades do desconhecido são abordadas.

Misteriosamente, naves espaciais alienígenas aparecem em vários sítios no planeta Terra. Nada se sabe sobre elas, o que contêm ou o porquê de terem aparecido e escolhido aquelas localizações especificas. Louise Banks (Amy Adams), professora de linguística é escolhida pelo exército americano, para fazer parte da equipa de investigação em campo devido a um trabalho de tradução de alta segurança que tinha feito em tempos para o governo. Também fazem parte da equipa o físico Ian Donnelly (Jeremy Renner) e o coronel Weber (Forest Whitaker), e todos estão focados na importância do primeiro encontro com os seres desconhecidos que comandam as naves e nas suas intenções. No inicio do filme, vemos imagens do passado de Louise e da filha, que morre na adolescência. No seu olhar sentimos o amor, a mágoa e a dor da perda de um filho, e sabemos que apesar do seu pesar, ela terá um papel definitivo e propositado nesta história, onde o passado e o futuro se ligam de forma fortíssima, e os aliens não só têm algo a transmitir como abrem caminho a várias teorias.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Crítica: Lion - A Longa Estrada Para Casa (Lion) . 2016


Realizado por Garth Davis, Lion - A Longa Estrada Para Casa é o filme baseado no livro "A Long Way Home" de Saroo Brierley, contando a sua história de vida como pobre menino indiano que se perde da família com apenas cinco anos e vai parar à Austrália à casa de um casal da alta sociedade. 

No final dos anos 80, na Índia, um menino de seu nome Saroo (Sunny Pawar) separa-se do irmão numa estação de comboio, quando este se ausenta para trabalhar. Saroo acaba por ir parar dentro de um comboio a imensos quilómetros de distancia de casa, desorientado e sem saber como regressar para junto do irmão e da mãe. Depois de andar a vaguear pelas ruas durante um tempo, sujeito a muitos perigos e situações complicadas, acaba por ir para a um orfanato. Posteriormente é enviado para a Tasmania, onde começará uma nova vida junto de um casal australiano (Nicole Kidman e David Wenham) que o decide adoptar. Avançamos no tempo vinte anos e encontramos um Saroo (Dev Patel) diferente, sempre transparecendo um certo vazio no olhar, que mesmo com uma vida aparentemente perfeita, se sente cada vez mais incompleto à medida que vai conseguindo relembrar alguns dos momentos que passou com a família biológica. Através da namorada (Rooney Mara) e um grupo de amigos, Saroo descobre a mais recente invenção da Google, o Google Maps e é então que se dedica dia e noite pela busca da sua verdadeira família. Um filme sobre sentimentos e relações que aborda adopção, pobreza e o real sentido de felicidade e do amor sob diferentes formas.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Crítica: Ela (Elle) . 2016


Não é muito comum vermos retratada no cinema histórias sobre violações da maneira que esta é retrata. Paul Verhoeven (Instinto Fatal, 1992) aventura-se pela primeira vez na lingua francesa com a maravilhosa Isabelle Hupert a comandar operações. Ela é um thriller sobre insanidade e vingança, que aborda temas delicados, como se uma comédia de humor negro se trata-se.

Uma cena cruel e impiedosa dá inicio ao filme e logo de forma abrupta estamos perante uma invasão de propriedade e uma violação. A vítima é Michèle (Isabelle Hupert) é uma mulher de negócios de meia idade. Ao contrário daquilo que imaginamos, Michèle não reage de forma que estamos à espera, mas sim de forma natural e desprezível, como se nada se tivesse passado. Arruma o local do crime, não chama a policia nem sequer demonstra algum tipo de sentimentos acerca do que acabou de suceder. Ao longo do filme, vamos descobrindo alguns detalhes importantes da vida desta mulher e vamos entendendo o porquê de algumas atitudes. Mas não todas. Michèle é um personagem bastante intrigante, daquelas que mesmo depois do final de uma história, permanecem connosco e nos fazem questionar algumas das situações que acabamos de assistir.

domingo, 6 de novembro de 2016

Crítica: American Honey . 2016


American Honey provocou burburinho este ano em Cannes. Escrito e realizado pela britânica Andrea Arnold (Fish Tank, 2009) acabou por levar para casa o Prix du Jury. Ora alegre, dinâmico, ora triste e silencioso, alcança na perfeição o seu objectivo, levando-nos numa jornada emocional por caminhos onde se "encontra amor em sítios sem esperança".

Começamos por conhecer Star (Sasha Lane), uma rapariga de dezoito anos, à procura de comida no lixo, com duas crianças mais novas, das quais é obrigada a tomar conta. Cansada das responsabilidades de adulto, e de não poder viver a liberdade do que é ser adolescente, Star parte para a aventura, juntando-se a um grupo de jovens que vendem revistas porta a porta, percorrendo os Estados Unidos, sem nada a perder, prometendo aos outros e a si mesma que irá trabalhar muito e que ninguém dará pela sua falta. Rapidamente Star, fica encantada com a sedução de Jake (Shia LaBeouf), o melhor vendedor do grupo e também agente, sendo ele o responsável pelo recrutamento, às ordens da manager do gang Krystal (Riley Keough). Aqui Star encontra uma realidade diferente, sem responsabilidades onde todos vivem o dia-a-dia sem rumo, dormindo em motéis, com sexo, drogas e álcool lado a lado. A estes jovens vendedores tudo é permitido, com uma condição, trazer o máximo de dinheiro ao fim do dia, de preferência enganando os clientes da melhor maneira possível.

sábado, 5 de novembro de 2016

Crítica: O Herói de Hacksaw Ridge (Hacksaw Ridge) . 2016


Mel Gibson volta à realização e tudo é um misto de emoções. Facilmente conseguimos dizer que é um filme espectacular, belissimo, e ao mesmo tempo ficamos incrédulos com a facilidade com que quase consegue deitar tudo a perder, devido à sua falta de profundidade. Arriscando pouco, com um argumento superficial, segue uma estrutura semelhante a muitas outras histórias baseadas em factos verídicos dentro deste género.

Esta é a história de Desmond T. Doss (Andrew Garfield) um pacifista americano, que conseguiu sobreviver à guerra sem disparar uma bala durante a WWII, na Batalha de Okinawa em Abril de 1945. Prestando apenas auxilio como socorrista, Desmond destacou-se pela sua bravura, o que o levou a receber uma medalha de honra e o título de primeiro Objector de Consciência. Acompanhamos alguns dos momentos da adolescência de Desmond, a relação complicada com o pai (Hugo Weaving) veterano da Primeira Guerra e a descoberta do primeiro amor por Dorothy (Teresa Palmer). Uma história poderosa que apesar de se focar bastante na religião, vai muito para além disso, demonstrando as crenças e moral de um homem e a sua força interior e poder de acreditar, o que o ajudou a alcançar a coragem e bravura necessárias para enfrentar os horrores da guerra, sempre em paz consigo mesmo e cheio de bondade no coração.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

10ª Edição . LEFFEST '16


Lisbon & Estoril Film Festival '16 | de 4 a 13 de Novembro, um pouco do que de melhor se faz pelo mundo da 7ª Arte vai andar, não só aqui por Lisboa, como por Cascais e pelo Estoril. Uma boa selecção de filmes, diversidade, novos talentos, diversas experiências e a participação de algumas estrelas já fazem parte daquilo que é este festival.

O May the Cinema be with you andará por lá e tentará acompanhar o mais que puder, ou não fosse esta, sem dúvida, uma das minhas alturas preferidas do ano. Espero que o balanço seja mais que positivo.

Para saber tudo sobre a programação: www.leffest.com .

Não percam, porque vale a pena!

Crítica: Doutor Estranho (Doctor Strange) . 2016


Pela quarta vez este ano, o universo cinematográfico Marvel invade as salas de cinema, e desta vez com uma abordagem um pouco diferente do habitual. Doutor Estranho tem todo um encanto visual, combinado com as boas performances do elenco de excelência que ajudam a elevar os personagens da história.

O Dr. Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) é um prestigiado neuro-cirurgião que perde capacidades em ambas as mãos depois de um grave acidente de automóvel. Depois dessa infelicidade, Christine Palmer (Rachel McAdams), colega de trabalho apaixonada por Strange, tenta ajuda-lo a mentalizar-se que tem de seguir com a sua vida, mas Strange não aceita os factos e está decidido a fazer de tudo para recuperar as suas mãos. Quando chega aos seus ouvidos que um doente paraplégico conseguiu misteriosamente voltar a andar, procura-o e este fala-lhe da comunidade Kamar-Taj, nos Himalaias. Lá Strange irá encontrar o feiticeiro Mordo (Chiwetel Ejiofor) sob as ordens da poderosa Ancient One (Tilda Swinton), mostrando-lhe outras dimensões e a força do seu poder. Ela não só será a sua mentora, com é a chave para o sucesso da captura de Kaecilius (Mads Mikkelsen), que tem planos para engolir a Terra para dentro de uma dimensão negra.

domingo, 30 de outubro de 2016

Crítica: Toro . 2016


O realizador espanhol Kike Maíllo vai apenas no seu segundo filme e já deixa marcas de um caminho promissor. Toro é um interessante thriller de acção, duro e cru, que para além de entreter sabe jogar com o lado emocional do espectador, colocando assim o cinema espanhol moderno ao nível daquilo que se faz por Hollywood.

Tudo começa com três gangsters, um assalto, uma perseguição, uma morte e uma detenção. Cinco anos se passaram e Toro (Mario Casas) está a cumprir uma pena de cinco anos de prisão, em regime externo, vivendo o dia-a-dia normal, mas obrigado a pernoitar na cadeia durante a noite. Decidido a abandonar o mundo do crime, optando por um estilo de vida digno, Toro tenta esquecer os tempos do crime ao comando do poderoso gangster Don Romano (José Sacristán), mas quando o seu irmão José Lopez (Luis Tosar) se encontra em perigo e a sua sobrinha é raptada, Toro vê-se na obrigação de voltar a enfrentar o passado, arriscando-se a perder tudo o que de bom alcançou. Sangue, vingança e diferentes emoções irão cruzar-se com ele e em apenas 48 horas tudo o que reconstruiu poderá ser posto em causa novamente.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Crítica: Green Room . 2015


Depois de ter passado pela edição 2015 do MOTELx, chega finalmente às salas portuguesas Green Room, o mais recente filme do realizador e argumentista Jeremy Saulnier. Depois do grandioso Blue Ruin de 2013, o realizador regressa novamente ao género horror, e ainda grande forma.

O filme segue a banda punk The Ain't Rights, composta pelos membros Pat (Anton Yelchin), Sam (Alia Shawkat), Tiger (Callum Turner) e Reece (Joe Cole). Actualmente a fazer concertos pelo noroeste americano, encontram-se com o radialista Tad (David W. Thompson) que lhes arranja um gig com o primo Daniel (Mark Webber). Quando a banda chega ao bar onde vão tocar, num local deserto no meio dos bosques, apercebem-se que o espaço é frequentado por skinheads neo-nazis, que pertence a Darcy Banker (Patrick Stewart) o lider dos skinheads. Depois da actuação, Sam dá conta que deixou o telemóvel na green room (conhecido como  o espaço lounge para artistas antes de depois das performances) e Pat vai até lá. Ao chegar depara-se com uma rapariga morta no chão. Os quatro amigos mal sabiam o que lhes esperava.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Crítica: Jack Reacher: Nunca Voltes Atrás (Jack Reacher: Never Go Back) . 2016


Mais um para a gaveta das sequelas desnecessárias. Realizado por Edward ZwickJack Reacher: Nunca Voltes Atrás é, infelizmente, algo que não só, não faz jus a nenhum dos seus actores, como peca pelo descuido quer a nível técnico como narrativo.

Baseado no romance "Never Go Back" de Lee Child (criador dos livros sobre as aventuras do policia militar Jack Reacher), este passa-se quatro anos depois dos eventos do primeiro filme, quando Jack Reacher (Tom Cruise) regressa à sua antiga unidade militar. Pretendendo conhecer pessoalmente a major Susan Turner (Cobie Smulders), com quem tem trabalhado em alguns casos nos últimos tempos, Reacher vê-se envolvido numa teia de mentiras, quando ele e Turner sem saber como são acusados de espionagem. Foragidos da policia, têm agora de perceber o que está por detrás destas acusação, ao mesmo tempo que surge a possibilidade de ser o pai biológico de uma adolescente problemática de 15 anos (Danika Yarosh), também ela envolvida num esquema focado em tramar a vida a Reacher.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Crítica: Café Society . 2016


Há quem diga que a originalidade de Woody Allen está acabada, mas eu prefiro dizer que ele gosta de ser manter fiel ao seu estilo, escrevendo sobre os temas que mais lhe dão gozo explorar. Café Society é o que nos apresenta este ano, um belo tributo à Hollywood dos anos 30 com as instrospecções habituais dos personagens centrais à mistura.

Bobby Dorfman (Jesse Eisenberg) é um jovem nova iorquino, que procura uma oportunidade de vida diferente, visto trabalhar com o pai e estar saturado da rotina como joalheiro em Nova Iorque. Bobby decide então mudar-se para Los Angeles, para trabalhar com o seu tio Phil (Steve Carell) um agente de renome das grandes estrelas do cinema. Quando Phil apresenta a sua secretária Vonnie (Kristen Stewart) a Bobby este apercebe-se que ela é o oposto do estereotipo de rapariga a viver em LA e cai imediatamente nos seus encantos, mas quando se declara, ela diz-lhe que tem namorado. Entre as saídas com Vonnie e os cocktails glamorosos em casa do tio, Bobby continuar a estar bastante ligado à família, mantendo constante contacto com a mãe (Jeannie Berlin) cheia de altas expectativas para si, com as peripécias do irmão Ben (Corey Stoll) um respeitável gangster no mundo do crime e com a irmã (Sari Lennick). 

domingo, 9 de outubro de 2016

Crítica: Cézanne e Eu (Cézanne Et Moi) . 2016


Dando um saltinho até ao Impressionismo e Realismo francês do século XIX, encontramos Cézanne e Eu, realizado por Danièle Thompson, mostrando o lado um pouco mais intimo da amizade entre dois importantes artistas franceses, Paul Cézanne e Émile Zola. Infelizmente o filme contém demasiados elementos para serem descortinados em tão pouco tempo. 

Esta é uma história de amizade, mas também de grande rivalidade entre dois grandes artistas que marcaram a cultura francesa de forma significativa. Paul Cézanne (Guillaume Gallienne) pintor fundador da arte moderna e Émile Zola (Guillaume Canet) escritor líder do movimento literário naturalista no século XIX, dão inicio a uma forte amizade desde muito cedo, compartilhando tudo um com o outro. Cézanne tem a riqueza, mas a falta de oportunidade para triunfar. Zola não tem nada, mas a vida sorri de forma a dar-lhe o reconhecimento e a fama que o amigo sempre quis e nunca foi capaz de alcançar. Vamos observando estes homens, que vão enfrentando desafios ao longo do tempo, testando o valor da verdadeira amizade. Os amores de desamores de um pintor e um escritor que na verdade competiam a toda a hora, mas se amavam como irmãos.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Crítica: Mãos de Pedra (Hands of Stone) . 2016


Escrito e realizado por Jonathan JakubowiczMãos de Pedra conta a história do boxer panamenho Roberto Dúran reconhecido como um dos melhores boxers de todos os tempos. Com muitas dificuldades em seguir um rumo, perde a oportunidade de explorar decentemente os acontecimentos mais marcantes da vida deste homem.

Aqui seguimos a ascensão, a queda e o comeback do legendário Roberto Dúran (Édgar Ramírez). Desde os dias de pobreza em criança nos bairros pobres do Panamá, passando pela relação com a esposa (Ana de Armas) e os cinco filhos, até à famosa luta contra Sugar Ray Leonard (Usher Raymond) no Madison Square Garden que o levou a reformar-se da modalidade, mais tarde tendo regressado de forma triunfante. Dúran, tem alguma dificuldade em lidar com americanos, não só por razões politicas - tendo em conta que a gestão do Canal do Panamá, chave importante de comercio marítimo, ter pertencido aos EUA até 1999 - mas também por ter fruto de uma relação entre uma panamenha e um americano, que o abandonou quando era criança. Apesar desse ódio, Dúran terá de aprender a lidar com o bem sucedido Ray Arcel (Robert De Niro), quando o seu manager o contrata achando que este tem potencial para fazer com que Dúran chegue a campeão mundial.

Crítica: A Rapariga no Comboio (The Girl on the Train) . 2016


Mais um grande sucesso literário adaptado ao grande ecrã. A Rapariga no Comboio, realizado por Tate Taylor (The Help), é a adaptação do best-seller homónimo de 2015, da escritora Paula Hawkins, cuja história segue os melodramas femininos de três mulheres, envolvidas num triângulo de mentiras e suspeitas.

Todos os dias Rachel Watson (Emily Blunt) viaja de comboio de casa para o trabalho, do trabalho para casa, fantasiando sobre as vidas daqueles que vivem junto à linha. Com o passar do tempo, começa a ficar obcecada com a jovem Megan (Haley Bennett), que aparenta ter a vida que sempre sonhou para si. Megan sem saber, entra então na vida de Rachel de forma doentia, desconhecendo que afinal existe na realidade uma conexão entre as duas. Para agitar ainda mais as coisas, ao lado da casa de Megan vive Anna (Rebecca Ferguson), casada com Tom (Justin Theroux) ex-marido de Rachel, cujo casamento terminou depois de Rachel ter problemas em engravidar, tendo essa situação originado um grave problema com o álcool. Ao longo da história são nos mostrados flashback's sob a perspectiva de vida destas três mulheres, até percebermos que todas elas têm elementos em comum que irão levar até ao mistério do assassinato de uma delas.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Crítica: Um Editor de Génios (Genius) . 2016


Não é muito comum vermos uma história sobre literatura, acerca de quem geralmente passa despercebido durante o processo de criação de uma obra escrita. Realizado por Michael Grandage, baseado em factos verídicos, Um Editor de Génios conta a história da relação entre o editor Maxwell Perkins e Thomas Wolfe, duas das figuras mais importantes da literatura norte americana. Infelizmente não é suficientemente forte, interessante e coerente.

Maxwell Perkins (Colin Firth), um dos editores literários mais conhecidos de sempre - responsável por ter descoberto autores como Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald - conhece o excêntrico Thomas Wolfe (Jude Law) estaria longe de imaginar que estava perante mais uma das suas significativas descobertas literárias. A frenética relação profissional entre os dois vai ficando cada vez mais forte, e a constante interacção no trabalho iria transformar-se numa grande amizade que irá também interferir na vida pessoal que cada um. Aqui seguimos o percurso criativo, não da criação narrativa em si, mas da estruturação dos romances de Wolfe, e do papel fundamental que Perkins teve, contribuindo em muito para o sucesso e reconhecimento de Wolfe, inicialmente rejeitado mundo da literatura.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Crítica: The Impeccables (Kusursuzlar) . 2014


É sempre bom descobrir pérolas do cinema independente. Kusursuzlar é um estudo subtil, mas muito poderoso sobre a violência contra as mulheres e as marcas psicológicas e físicas consequentes a isso, onde as fortes presenças femininas marcam a narrativa forte, cheia de mensagens subliminares sobre o mundo ainda maioritariamente dominado pelos homens.

Lale (Ipek Türktan) e Yasemin (Esra Bezen Bilgin) são duas irmãs na casa dos trinta, que decidem fugir um pouco da rotina, regressando passado uns anos à casa de verão da família. Durante a sua estadia, a relação entre as duas é posta à prova por diversas vezes, existindo confrontos constantes entre si, quase sem entendermos porquê. A verdade é que ambas sofrem emocionalmente com eventos que ocorreram no passado, algo que as distancia mas aproxima ao mesmo tempo. Através de pequenas pistas vamos entrando na intimidade destas duas mulheres, na procura iminente pela paz interior.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Crítica: Horizonte Profundo - Desastre no Golfo (Deepwater Horizon) . 2016


Mais um pedaço de história americana, aqui contado neste filme de Peter Berg (Hancock, Battleship, Lone Survivor) que nos leva até um dos maiores acidentes ambientais da história americana, onde da explosão de uma petrolífera resultaram muitos feridos, 11 homens perderam a vida e muitos outros ficaram feridos. Quanto vale a vida humana? Este também é definitivamente um projecto com a intenção de mostrar o quanto a vida humana pode ser posta em causa, em troca de um dos bens mais valiosos do planeta Terra.

Horizonte Profundo conta a história trágica da plataforma petrolífera Deepwater Horizon que a 20 de Abril de 2010 explodiu no Golfo do México, nos Estados Unidos. Apesar de pertencer à Transocean (empresa da indústria petrolífera que presta serviços de perfuração marítima por todo o mundo), a plataforma estava a ser operada pela BP, que ignorou alguns sinais preocupantes, que mais tarde levaram a várias explosões que resultaram no derramamento de petróleo ao longo de 60 km. Aqui seguimos o decorrer dos acontecimentos durante esse dia até ao resgate dos 126 trabalhadores a bordo, acompanhando um pouco das funções de alguns dos trabalhadores petrolíferos interpretados por Mark Walhberg, Gina Rodriguez, Kurt Russell entre outros. Este evento foi considerado o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Crítica: Os Sete Magníficos (The Magnificent Seven) . 2016


Mais um remake. Na realidade, um remake do remake. Em 1960, John Sturges realizava o famoso clássico The Magnificent Seven, que na realidade era uma obra ao estilo western baseada no filme japonês de 1954 Seven Samurai, de Akira Kurosawa. Aqui estamos perante uma versão, não contemporânea, mas definitivamente avançada com toda a ajuda que os tempos de hoje podem fornecer. Os Sete Magníficos é apenas uma versão criada para atrair novos públicos, centrado no entretenimento, que não satisfará os fãs do velho oeste. 

Após a Guerra Civil, os habitantes de uma cidade mineira com o nome de Rose Creek, vivem aterrorizados pelo instável e temível barão Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard), que pretende ficar com todos os seus terrenos. Bogue dá três semanas, para que todos abandonem o local ou haverão consequências graves. Decididos a lutar pelo que é seu, dois dos aldeões (Haley Bennet e Luke Grimes) partem para a vila mais próxima para pedir ajuda a um grupo de sete pistoleiros fora-da-lei (Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vicent D'Onofrio, Byung-hun Lee, Manuel Garcia-Rulfo e Martin Sensmeier) com habilidades singulares que estão dispostos a proteger e preparar todos os habitantes para o confronto violento com Bogue e os seus homens.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Crítica: Snowden . 2016


Para além do seu reconhecido trabalho em Hollywood, Oliver Stone é bem conhecido pelas suas visões politicas. Snowden seria algo para se esperar com bastante curiosidade, visto tratar-se de um caso de controverso na politica norte americana, que continua a levantar questões no que toca ao quanto a privacidade é preservada.

Aqui seguimos os acontecimentos e motivações que levaram Edward Snowden (Joseph Gordon-Levitt), um analista americano especializado em computadores a querer alistar-se no exército, vindo mais tarde a ser contratado pela CIA (Agência de Inteligência Central) e depois mais tarde pela NSA (Agência de Segurança Nacional) a serviço da empresa tecnológica Dell. Cada um desses momentos mais marcantes, são intercalados com as horas antes do escândalo ser divulgado, quando Snowden resolve revelar informação classificada sobre os programas de vigilância global dos EUA a um grupo de jornalistas do The Guardian (interpretados por Melissa Leo, Zachary Quinto e Tom Wilkinson), o que posteriormente levou ao seu asilo na Rússia onde permanece até hoje, acusado de traição e crimes de estado. Mas o que é afinal Snowden, um herói ou um traidor?

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Crítica: O Bebé de Bridget Jones (Bridget Jones's Baby) . 2016


Passaram 12 anos desde a última aparição de Bridget Jones no grande ecrã. Em 2001, O Diário de Briget Jones destacou-se deixando a sua marca no género da comédia romântica, mostrando provas de ter sido claramente influenciado pelo clássico de Jane Austen, Orgulho e Preconceito, dando-lhe um toque moderno e fresco, que posteriormente também influenciou outros, centrando-se na versão honesta e feminina, da vida de uma solteirona na casa dos 30. A notícia de um terceiro filme na franquia, deixou um certo cepticismo no ar, especialmente depois de O Novo Diário de Bridget Jones em 2004, não tão brilhante e bem construído quanto o primeiro. A verdade, é que este O Bebé de Bridget Jones surpreende da melhor maneira, fazendo-nos lembrar a razão pela qual Bridget encantou o mundo pela primeira vez.

Bridget Jones (Renée Zellweger) tem agora 43 anos, e parece ter voltado à estaca zero no que toca ao amor. Agora com uma carreira profissional estável e respeitada no mundo da televisão, Bridget sente-se novamente incompleta no campo sentimental, depois de ter terminado à cinco anos o namoro com Mark Darcy (Colin Firth) o amor da sua vida. A idade começa a despertar em si novos objectivos e motivações, mas Bridget continua a ser fiel a si própria, e à sua maneira extrovertida de ser. Desesperada por um pouco de mais acção, deixa-se cair nos encantos de Jack (Patrick Dempsey) um completo desconhecido com quem tem um caso durante um festival de música. Passado uns dias, ao encontrar Mark, a velha chama entre os dois acende e isto tudo resulta numa noite de paixão. Bridget encontra-se agora numa situação complicada, quando descobre que está gravida mas não tem a certeza, qual deles é o pai.

Crítica: Milagre no Rio Hudson (Sully) . 2016


Clint Eastwood resolveu transportar para o cinema, mais um feito americano. Milagre no Rio Hudson é baseado numa inacreditável e aterradora história verídica que ocorreu durante aproximadamente 3 minutos. Transformar isso num filme de 1 hora e 50 minutos não seria tarefa fácil, e a verdade é que se revela numa experiência que sabe a pouco.

Chesley "Sully" Sullenberger (Tom Hanks), um piloto veterano da US Airlines, ficou marcado na história da aviação como o herói que miraculosamente conseguiu aterrar o voo 1549 no meio do Rio Hudson, devido à perda de ambos os motores depois um percurso de apenas cerca de 3 minutos. Horas após o incidente, e mesmo tendo retirado com sucesso os 155 passageiros a bordo, Sully e o co-piloto Jeff Skiles (Aaron Eckhart) viam-se interrogados pela National Transportation Safety Board (organização que investiga acidentes de aviação civis, entre outros, nos EUA), que sugeriam que ambos teriam posto em causa as vidas dos tripulantes, tomando a decisão precipitada de aterrar no rio, ao invés de voltar para o aeroporto de LaGuardia de onde tinham descolado. Sully veria agora a sua vida exposta na imprensa, sendo considerado pelo país como um herói, mas sofrendo uma grande pressão psicológica por parte do inquérito interno que apontava para que fosse erro humano e não da capacidade que os motores teriam para regressar em segurança.