segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Crítica: As Sufragistas (Suffragette) . 2015


Numa altura em que se volta a discutir alguns aspectos de igualdade entre homens e mulheres - recentemente até, na indústria de Hollywood - As Sufragistas transportam-nos até à altura em que mulheres lutavam por ter voz num mundo dominado pelos homens. Forte nas suas convicções, mas bastante irregular na profundidade que dá aos acontecimentos, o filme carece de uma maior envolvencia e amplitude.

Este é o drama, baseado em factos verídicos, sobre mulheres que na Inglaterra do inicio dos anos 20, lutaram e abdicaram de muito para se dedicarem à luta pelos direitos das mulheres. Seguimos em maior detalhe a vida de Maud Watts (Carey Mulligan), que desde muito cedo trabalha arduamente numa grande lavandaria. Forçada a obedecer a ordens desumanas do patrão, tendo inclusivamente sofrido abusos por parte do mesmo, Maud começa a tomar consciência da situação em que vive, sem qualquer tipo de liberdade, confinada a trabalhar, receber miseravelmente, subjugada a não se manifestar e apenas ser uma boa mãe e esposa. É então que por intermédio de uma colega (Anne-Marie Duff), comece a Drª. Edith Ellyn (Helena Bonham Carter) e o Movimento Sufragista, composto por activistas decididas a lutar pelo direito ao voto, liberdade e igualdade de género.

Bem contextualizado dentro da Inglaterra daquele período, cenários e guarda roupa são de destacar, mas é no toca a desenvolvimento de personagens e forma como se vão enquadrando na história, que insatisfaz um pouco. Fica a sensação que ainda haveria mais detalhes a contar, quer no que toca ao próprio movimento em si, como numa maior profundidade nas personagens, cujas performances são sólidas tendo em conta o que tiveram para se agarrar. Carey Mulligan consegue transparecer muita emotividade, e qualquer outro dos actores envolvidos tem performances de destaque (com o senão de termos Meryl Streep a desempenhar um papel de grande importância - naquilo que foi o movimento Sufragista - mas que faz apenas uma pequeníssima aparição, creditada como se fosse personagem principal). Infelizmente, acaba por não conseguir fazer transparecer a grandeza e importância daquilo que estas mulheres foram e o que fizeram pelo futuro de todas as mulheres do mundo.

Vale a pena pela mensagem que transmite, mas deixa a desejar a todos aqueles - que como eu - esperam algo que surpreenda mais, ou talvez, que choque mais. Um assunto muito vasto e cheio de detalhes impossíveis de transmitir em apenas 1 hora e 40 minutos.

Classificação final: 2,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 05-11-2015

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