sábado, 4 de julho de 2015

Crítica: O Amor É Uma Coisa Estranha (Love is Strange) . 2014


Love is Strange é num filme que lida com emoções complexas e realistas de forma subtil, conseguindo-se transformar por vezes em algo bastante poderoso. Uma história de carácter forte com um importante comentário social, um grande estudo de personagens e onde o amor não tem idade nem género. 

O filme conta a história de George (Alfred Molina) e Ben (John Lithgow), um casal de meia idade, que se vê forçado a sair do seu apartamento em Nova Iorque após George ter sido despedido da escola católica onde dava aulas, depois de descobrirem que este teria casado com Ben, o seu companheiro de quase 40 anos. Temporariamente vêem-se obrigados a pedir abrigo na casa de parentes e vizinhos até poderem arranjar um lugar que se adeque à sua actual situação económica, visto que Ben é um pintor reformado e a sua pensão não chega para todos os gastos.

O filme mostra as interacções de todos os personagens de forma muito natural e honesta, e o mais interessante é que nos consegue colocar na posição dos personagens centrais, criando empatia com os dois e fazendo com que nos consigamos conectar com eles. Alfred Molina e John Lithgow dão ao público performances incrivelmente belas e tocantes, existindo uma química notória entre os dois. Nova Iorque tem um papel forte no desenvolvimento da história tornando-se também quase como um dos personagens, tendo sobre si uma carga bastante emocional.

Love is Strange não é apenas um filme sobre um casal homossexual, é um filme sobre todo o tipo de relacionamentos, quer sejam eles entre casais, amigos ou apenas conhecidos, e acima de tudo sobre descriminação, algo que acabou por arruinar a felicidade de um casal cujo o amor parece sempre resistir ao longo do tempo seja qual for a circunstância. Para além de tocante é muito charmoso com uma banda sonora de Chopin que completa na perfeição o tom que o filme quer passar.

Classificação final: 4 estrelas em 5.

Sem comentários:

Enviar um comentário