quinta-feira, 21 de maio de 2015

Crítica: Pássaro Branco (White Bird in a Blizzard) 2014


Pássaro Branco é um melodrama realizado por Gregg Araki (Mysterious Skin, Kaboom) baseado no romance de Laura Kasischke com o mesmo nome. Esta história, passada em fim dos anos 80 princípios dos anos 90, segue alguns episódios da vida de Kat (Shailene Woodley) uma irreverente rapariga de 17 anos, cuja mãe uma amargurada dona de casa (Eva Green) desaparece misteriosamente. Mas o filme não se centra só nesta situação, revelando-se cedo numa mistura de despertar sexual na adolescência com crime/thriller, algo que acaba por não resultar muito bem devido à falta de equilíbrio entre os temas. A sua inércia e indiferença em relação à maior parte dos factos fazem com que esta adaptação se torne decepcionante. 

Entre flashbacks da vida monótona da frustrada dona de casa e do marido (Christopher Meloni), a sonhos esquisitos onde Eve (Eva Green) tenta comunicar com a filha, as cenas que exploram a vida sexual de Kat parecem estar um pouco deslocadas de tudo o resto. Estas devem-se ao facto de Kat achar que é muito mais feliz sem a mãe, tendo liberdade de experimentar o que quiser sem a sua supervisão. Kat não tem qualquer tipo de ligação com o pai, mas vê-se forçada a aproximar dele assim que a mãe desaparece - algo que também não consegue ser totalmente convincente. Os seus amigos mais próximos (Gabourney Sidibe e Mark Indelicato) nunca chegam a ser devidamente desenvolvidos e o seu namorado Phil (Shiloh Fernandez) parece só entrar na história realmente com um único propósito, que mais tarde iriamos descobrir.

Não existe grande profundidade nos personagens e alguns momentos poderiam ter sido melhor explorados, o que torna muitas das situações pouco esclarecedoras. Tendo em conta o pouco que tinham para trabalhar, os actores fazem um trabalho sólido, em especial a talentosa Shailene Woodley que tem aqui um papel um pouco diferente do habitual. O que é certo, é que esta rapariga brilha em qualquer coisa que faça. Ela é sem dúvida a figura que mais suporta todo o filme, mas só isso não chega. A predictabilidade da história faz com que vá perdendo gradualmente o interesse, com uma reviravolta final utilizada apenas com o propósito de "por tudo bonitinho". 

É uma pena ver bons actores desperdiçar o seu talento, perante um argumento que não sabe muito bem aquilo que realmente pretende focar. Uma mistura de diferentes estilos e atmosferas que não resultaram bem no seu todo. 

Classificação final: 2,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 21-05-2015

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