quarta-feira, 29 de abril de 2015

Crítica: A Idade de Adaline (The Age of Adaline) 2015


A Idade de Adaline é um romance/fantasia realizado por Lee Toland Krieger (Celeste e Jesse Forever) que aborda a história de um amor complicado, ou não fosse a personagem principal ter parado de envelhecer aos 29 anos. Vamos ser sinceros. Basicamente nada nesta história faz sentido, mas é engraçado como a forma como é romantizada faz com que se torne agradável de assistir.

Adaline Bowman (Blake Lively) nasceu em 1908, casou com um engenheiro e deu à luz uma menina, Flemming (Ellen Burstyn). Depois da morte trágica e prematura do seu marido, Adaline tem um acidente de viação e a partir daí a sua vida nunca mais seria a mesma (através de algum tipo de fenómeno cientifico não muito coerente) pois parou de envelhecer. Revisitando por várias vezes seu passado, desde o inicio do filme que seguimos a vida de Adaline nos dias de hoje, já com 107 anos, vivendo uma vida solitária e sofrida, sem se conectar emocionalmente com ninguém, saltando de cidade em cidade, mudando de identidade sempre com medo que alguém descubra o seu segredo. É então que conhece Ellis (Michiel Huisman) um homem que a fará repensar na angústia constante que tem vivido durante toda a sua vida, mas que poderá por em risco o segredo da sua imortalidade.

domingo, 26 de abril de 2015

Crítica: Capitão Falcão 2015


Pensado inicialmente para ser um projecto televisivo e depois de ter tido muitos contratempos ao longo de mais de 6 anos, chega finalmente, e agora ao grande ecrã Capitão Falcão. Pelas mãos de João Leitão (realizador e co-argumentista da história) seguimos as aventuras de Capitão Falcão (Gonçalo Waddington) o primeiro super-herói português ao serviço do Estado Novo, que com a ajuda com seu fiel parceiro Puto Pediz (David Chan Cordeiro), combate todos aqueles que ousam ameaçar a Nação ao comando de António de Oliveira Salazar (José Pinto). Um projecto muito ambicioso, que marca toda a diferença no panorama nacional.

Como bom português que é, Capitão Falcão, enorme defensor de Salazar tem em suas mãos a missão de acabar com a onda de Comunismo em Portugal! Devoto do Regime, cheio de grande patriotismo e peculiares habilidades marciais, enfrentará os "Comuninjas" como ninguém, acabando por cair nas garras dos "Capitães de Abril" (um grupo de revolucionários com algumas semelhanças - nada óbvias - aos Power Rangers).

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Crítica: Ex Machina 2015


Ex Machina é um Sci-Fi que explora o tema da Inteligência Artificial, fazendo uma abordagem filosófica e por vezes complexa acerca do que esta afinal na mente dos humanos. Brilhantemente escrito e realizado por Alex Garland, este filme destaca-se de tudo o que tem sido feito ultimamente dentro do tema "humanos vs robots" devido a uma enorme subtileza, inteligência e mistério à medida que nos são dados a conhecer todos os factos da história.

Caleb (Domhnall Gleeson) é um jovem programador que ganha um concurso interno na empresa onde trabalha, a Blue Book (uma espécie de Google). O prémio é passar uma semana em casa do Director Executivo da empresa, Nathan (Oscar Isaac) um génio da tecnologia. Nathan quer que Caleb passe toda a semana desempenhando o Teste de Turing (que testa a capacidade que uma máquina tem em exibir um comportamento inteligente equivalente a um ser humano) numa robot que dá pelo nome de Ava (Alicia Vikander). Rapidamente Caleb começa a nutrir sentimentos pela robot, algo que se poderá vir a tornar perigoso.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Crítica: O Coro (Boychoir) 2014


O Coro é um drama sobre o amadurecimento e aceitação de um jovem problemático de onze anos, com um talento muito especial para a música. Stet (Garrett Wareing) vive com a mãe alcoólica numa cidade do Texas, com o pai ausente pois é fruto de uma breve relação, o que o leva a ter uma atitude de constante de agressividade perante a situação de vida que têm. Depois da trágica morte da sua mãe, através da ajuda de uma das professoras da escola que frequenta, Stet vai para a uma das mais conceituadas escolas de música do país, a National Boychoir School.

sábado, 18 de abril de 2015

Crítica: A Promessa de Uma Vida (The Water Diviner) 2014


A Promessa de Uma Vida é um drama fictício baseado em factos verídicos, protagonizado por Russell Crowe, marcando também a sua estreia como realizador. A história de Connor (Crowe), um agricultor Australiano cujos três filhos desapareceram durante a Primeira Guerra Mundial, na Guerra de Gallipoli na Turquia, onde Australianos (entre outros) tentaram uma invasão ao país. Esta é considerada um dos mais trágicas eventos de toda a Primeira Guerra e o filme é uma clara homenagem a todos os que lá perderam a vida. 

Passado quatro anos do término da guerra, Connor viaja até à Turquia com a esperança de trazer os corpos dos seus filhos de volta a casa e lá depara-se com inúmeras situações que parecem não o querer deixar cumprir o seu objectivo. Desde cedo fica bem claro qual o principal objectivo de Crowe quando nos mostra várias vezes durante o filme, cenas de guerra absolutamente dolorosas de se ver, sendo estas bastante efectivas - particularmente uma delas envolvendo os seus filhos, em que é praticamente impossível não ficarmos emocionados - e que prestam tributo a todos aqueles que morreram na guerra quer sejam Australianos ou Turcos.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Woody Allen | Take 38 NYC


Artigo presente na 38ª Edição (New York City) da

É impossível pensar em Woody Allen sem o associar de imediato à cidade de Nova Iorque. Nascido em Brooklyn, em 1935, Woody Allen começou a dar provas do seu grande talento para a escrita apenas com 17 anos de idade. Quando percorremos toda a sua filmografia, vemos que já deu imensas provas do seu profundo amor pela cidade em que nasceu, retractando-a frequentemente em muitos dos seus filmes. A sua filmografia contém até à data 45 filmes (quase metade deles são passados em Nova Iorque, sendo que alguns deles não no seu todo) sendo assim sem sombra de dúvida o realizador mais produtivo dos nossos tempos e um sinónimo de qualidade.

Uma Nova Iorque absolutamente charmosa, romântica e ao mesmo tempo encantadoramente neurótica serve de pano de fundo para que Woody demonstre os assuntos que mais o fascinam nas vidas dos personagens que cria, personagens esses, que lidam constantemente com problemas existenciais. Entre muitas comédias românticas e dramas, o seu foco principal sempre foram as relações entre homens e mulheres, o sentido da vida e também a morte.

terça-feira, 14 de abril de 2015

11 de Setembro | O efeito dos ataques em Hollywood | Take 38 NYC

World Trace Center | Oliver Stone | 2006

Artigo presente na 38ª Edição (New York City) da 

Os trágicos eventos de 11 de Setembro de 2001 afectaram de forma intensa não só o mundo, mas também a indústria cinematográfica norte-americana. Não nos podemos esquecer que o cinema também é o espelho da sociedade, e toda a insegurança e medo do desconhecido, do imprevisível, e de alguma forma medo de uma suposta força do mal que vem para aterrorizar aqueles que são inocentes é algo que passou a ser bastante retratado das mais variadas maneiras. Desde então o terrorismo está presente no cinema de Hollywood, especialmente em filmes passados na cidade de Nova Iorque, onde é raríssimo não haver nem que seja uma só referência aos ataques às Torres Gémeas.

Logo depois da tragédia alguns documentários sobre os ataques terroristas começam a ser feitos, mas só passados 5 anos é que os estúdios lançam dois filmes que relatam os eventos baseados nos factos verídicos passados naquela terrível manhã - parece ter havido um certo período de luto que foi respeitado por Hollywood - o primeiro é United 93, de Paul Greengrass, que homenageia e mostra o horrível drama dos passageiros do voo 93 da United Airlines, sequestrado durante os ataques e que teria como efeito atingir a Casa Branca. O único dos quatro aviões que não conseguiu chegar ao alvo pretendido graças à coragem dos seus passageiros. O outro é World Trace Center, de Oliver Stone, que nos dá uma perspectiva do que aconteceu dentro das Torres, seguindo o trabalho de uma de milhares de corporações de bombeiros que trabalhou na operação de resgate naquele dia.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Crítica: Vergonha (Shame) 2011 | Take 38 NYC


Review presente na edição nº 38 (New York City) da

Percorrendo o curto mas grande percurso de Steve McQueen como realizador, vemos que o seu trabalho reflecte sempre um estudo profundo do ser humano e das suas emoções. Shame é mais um exemplo disso, conseguindo causar um grande impacto sobre o espectador explorando emoções.

Brandon é um homem bem sucedido e aparentemente feliz aos olhos de quem o conhece, mas poucos sabem que é viciado em sexo, o que afecta o seu dia-a-dia de forma sufocante. A sua vida fica ainda mais inquieta com a chegada inesperada da sua irmã Sissy, que fica no seu apartamento por tempo indeterminado.
Uma história bem estruturada, por vezes subtil, por vezes explícita, que estuda a vida no presente dos personagens, deixando-nos a tentar desvendar os fantasmas de um passado que os próprios não nos querem revelar.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Crítica: Wild 2014


Wild é mais uma das biografias que o ano de 2014 nos trouxe ao cinema. Realizado por Jean-Marc Vallée (Dallas Buyers Club) este filme, baseado no livro de memórias de Cheryl Strayed, mostra-nos a jornada de auto-descoberta que decidiu fazer ao longo de um percurso que dá pelo nome de "Pacific Crest Trail" com o objectivo de se encontrar a si própria e mudar o rumo da vida auto-destrutiva que adquiriu depois do trauma da morte da sua mãe.

Reese Witherspoon tem uma performance nada glamorosa, mas bela e poderosa, mostrando toda a vulnerabilidade de uma mulher marcada pelo seu passado, conseguindo passar para o espectador toda a sua dor e arrependimento pelos maus caminhos que escolheu. Este é literalmente o seu filme, e revela-se de facto a melhor coisa que podemos retirar dele. O estilo de narrativa não poderia ser mais frustrante. Todos os momentos da caminhada de Cheryl apresentam-se por ordem cronológica mas a quantidade enorme de flashbacks distraem-nos daquele que é o principal

Crítica: Life After Beth 2014


A namorada de Zach (Dane DaHaan), Beth (Aubrey Plaza) faleceu recentemente, e misteriosamente regressa do mundo dos mortos. Ela reage estranhamente a tudo não se apercebendo do que lhe aconteceu, nem se lembrando da maior parte das coisas por que passou pouco antes da sua morte. Cabe agora ao namorado e aos sues pais a tarefa de conseguir lidar com a ideia de que convivem com uma zombie que a qualquer momento lhes pode dar uma dentadinha! Uma mistura de elementos de horror com momentos de comédias estranhos, no primeiro filme de Jeff Baena onde existe uma certa falta de potencial.

Tive alguma dificuldade em me concentrar durante a primeira hora de filme, onde basicamente a história não passa da mesma coisa. Zach quer dizer a Beth que ela está morta, mas os pais de Beth (John C. Reilly e Molly Shannon que acabam por não ter grande destaque em termos de performance) não querem que ela saiba. Girando sempre a volta da mesma coisa, o filme torna-se aborrecido. Passando a primeira hora, quando coisas mais estranhas começam a acontecer e Beth começa a mudar o seu comportamento, o filme fica mais interessante e isso

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Crítica: Taxi Driver 1976 | Take 38 NYC


Review presente na edição nº 38 (New York City) da

Mesmo quem nunca tenha visto Taxi Driver com certeza que se lembra de ter visto algures a famosa cena de Travis Bickle de pistola em punho em frente a um espelho – “Are you talkin’ to me?” – cena essa que define de forma impecável toda a inteligência e metáfora de um dos mais significativos thillers dos anos 70 e um dos melhores filmes da carreira de Martin Scorsese.

Travis Bickle (Robert De Niro) é um homem instável marcado pela guerra. Ele trabalha durante o turno da noite, conduzindo um táxi pelas ruas de Nova Iorque. Aos seus olhos a sociedade está cada vez mais suja e decadente e a sua vontade de mudança alimenta um sentimento violento que cresce mais e mais a cada dia que passa dentro si, sentimento esse que se intensifica quando conhece Iris (Jodie Foster), uma prostituta adolescente que pretende tirar da má vida.

Mais do que um mero filme sobre um ex-veterano da Guerra do Vietnam, Taxi Driver é um estudo psicológico de um homem mentalmente instável, violento e isolado que se identifica com a solidão da noite e se confunde com as ruas da cidade, perante a escuridão e o mistério da noite. A sua mente confusa e agitada torna-o um personagem interessante e ao mesmo tempo perturbador. O argumento escrito por Martin Scorsese com a parceria de Paul Schrader é fantástico, fazendo com que todos os detalhes se complementem para que haja uma lógica gradual na transformação daquilo que é o personagem no início e naquilo que ele se torna quando chegamos ao final e toda a raiva e pensamentos sombrios que Travis tem dentro da sua mente são revelados a pouco e pouco de forma arrepiante.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Crítica: Tudo Bons Rapazes (Goodfellas) 1990 | Take 38 NYC


Review presente na edição nº 38 (New York City) da

Confesso que os filmes de que gosto mais são aqueles que se revelam mais difíceis de escrever. Goodfellas é para mim uma das mais completas obras cinematográficas e um dos filmes de gangsters mais elogiados. Com uma realização impecável e interpretações memoráveis, 25 anos se passaram e Goodfellas continua a ser um clássico intemporal.

Henry Hill (Ray Liotta) narra o decorrer da vida de poder que adquiriu quando decidiu ser gangster - "As far back as I can remember I've always wanted to be a gangster" - diz-nos Henry na famosa frase de abertura do filme, e cedo percebemos que será uma fascinante viagem sobre uma vida de sonho que rápido passa para o lado negro e obscuro da perigosa hierarquia da máfia italiana. Desde a adolescência à ascensão no mundo do crime, vamos acompanhando o seu desenvolvimento, num argumento inteligente e brilhantemente interpretado.

Crítica: Obvious Child 2014


Este era um daqueles que já estava na minha watchlist há algum tempo. Obvious Child é a refrescante rom-com indie que lá aparece de vez em quando. Com uma história bastante simples e inteligente, o filme diverte mas também emociona graças à radiante performance de Jenny Slate com quem criamos uma empatia imediata.

A argumentista e realizadora Gillian Robespierre conta-nos a história que gira em torno de Donna Stern (Jenny Slate), uma descontraída comediante de Brooklyn incapaz de levar alguma coisa na sua vida de forma séria. Depois de ter sido deixada pelo seu namorado, Donna e o seu melhor amigo embebedam-se e ela acaba por ter sexo com Max (Jake Lacy), um doce e charmoso rapaz que acabou de conhecer num bar. É então que fica grávida. Sem quaisquer preconceitos ou juízos de valor o aborto é tema que imediato vem a tona e naturalmente vamos seguindo a história de uma jovem imprudente que está longe de estar pronta para ser mãe.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Crítica: O País das Maravilhas (Le Meraviglie) 2014


Filme:

Wolfgang (Sam Louwyck), a sua mulher Angelica (Alba Rohrwacher) e as suas quatro filhas vivem no meio do campo na região da Toscana gerindo um negócio de apicultura. Esta é uma família bastante diferente de outras, ansiando preservar a tradição, fazendo com que se mantenham isolados e apenas focados no trabalho. Wolfgang é um homem rígido, amante da natureza e tenta manter e passar esse estilo de vida às filhas. Gelsomina (Maria Alexandra Lungu, na sua primeira performance e por sinal muito boa), a mais velha e predilecta do pai, é quem está encarregue de assumir os negócios da família na sua ausência. Sentimos em Wolfgang, sempre um certo sentimento de frustração por nunca ter tido um filho e quando aparece a oportunidade de ter a seu cargo, através de um programa de detenção juvenil,

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Manoel de Oliveira (1908 - 2015)


"O Cinema só trata daquilo que existe, não daquilo que poderia existir. Mesmo quando mostra fantasia, o cinema agarra-se a coisas concretas. O realizador não é criador, é criatura." - Manoel de Oliveira

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Crítica: Velocidade Furiosa 7 (Furious 7) 2015


Bem desta vez vou fazer isto de forma um pouco diferente do habitual, numa opinião mais curta, sem aprofundar grande coisa, expressando mais a minha própria experiência com estes filmes. O resto, acho que todos já sabem ao que vão. Pessoalmente, nunca fui fã da saga e nem vi os filmes todos. Todos sabemos que a franquia Fast and Furious sempre foi aquilo que é, um espectaculo de grandiosos números de acção onde os carros têm o principal papel. O enredo estúpido, envolvendo uma trapalhada de coisas perigosas e arriscadas que os personagens têm de enfrentar é o que aqui vemos novamente, pois o mais importante é sem dúvida o entretenimento e pouco mais.