quinta-feira, 5 de março de 2015

Crítica: Laribinto de Mentiras (Im Labyrinth des Schweigens) 2014


Filme:

Um olhar doloroso e bastante significativo sobre um dos eventos mais bárbaros da História da Humanidade. Labirinto de Mentiras é um drama pós-guerra sobre o periodo em que a Alemanha se recusava a admitir os seus crimes de guerra.

Na cidade de Frankfurt, em 1958, Johann Radmann (Alexander Fehling) um jovem procurador energético e ambicioso, desejoso por encontrar um trabalho mais importante do que os casos que trata sobre infracções de transito, vê a oportunidade de se destacar num caso de investigação sobre crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. Alertado por um jornalista, Radmann começa a relembrar tudo aquilo que os Alemães queriam esquecer, os horríveis acontecimentos ocorridos na década anterior. Nesta história baseada em factos verídicos, instituições governamentais comprometidas numa grande conspiração para encobrir crimes nazis, demonstram uma enorme paz e inércia perante muitos daqueles que cometeram grandes atrocidades em Auschwitz e que se mantinham impunes desde o fim da guerra.

O mais interessante e chocante de toda a história, e o que a torna diferente de muitas outras do género já retratadas inumeras vezes em Cinema, é o facto - que acaba por se tornar fascinante - de que nas décadas que se seguiram à guerra a maioria dos Alemães da geração de Radmann não terem noção dos horrores que os Judeus passaram e nem sequer terem noção do que se fazia nos campos de concentração, principalmente em Auschwitz. Mais chocante ainda, é ver alguns mais velhos desconhecerem tais actos - quase impossivel de acreditar mas cem por cento verídico - fruto de manobras de personalidades importantes do antigo regime, sendo este o principal encanto de Labirinto de Mentiras mostrando o retrato Histórico e a busca pessoal por uma justiça esquecida.

No entanto, o filme não consegue fugir a alguns dos clichés habituais, principalmente no que toca ao romance que ajuda a dar enfase e mais drama em alguns momentos. A relação de Radmann com a sua mãe, ajuda na maneira que não nos podemos esquecer que esta também acaba por ser uma história sobre crescimento e amadurecimento na vida, mas não é bem desenvolvida e metida um pouco "à pressão".

Mais uma interessante prespectiva sobre os flagelos da Segunda Guerra, num thriller duro, profundo e muito bem interpretado, sobre os factos que em 1963 afectaram um país submerso num labirinto de mentiras.


Classificação final: 4 estrelas em 5.

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