quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Crítica: Oslo, 31. August (Oslo, 31 de Agosto) 2011


Oslo, 31. August é um filme Norueguês de 2011 realizado por Joachim Trier. Muito simples, no entanto muito intenso e comovente.

Anders é um rapaz inteligente, tinha uma vida estável, uma família feliz, uma namorada que o amava, mas deixou-se levar pelo terrível mundo da droga. Começou a consumir vários tipos de drogas e aos poucos foi destruindo aquilo que poderia ter sido uma vida maravilhosa. No inicio do filme, Anders já se encontra numa clinica de reabilitação e o que vamos assistir é a um dia que lhe é dado pela clinica para ir até a cidade de Oslo a uma entrevista de trabalho com o intuito de voltar a ser integrado na sociedade e também aproveita para visitar uns amigos.

No filme vemos, para além de momentos entre Anders e amigos, também uma bonita retrospectiva do que foi a vida de Anders até então, mas apenas pela narração do mesmo. Ele conta-nos certos episódios da sua vida enquanto vagueia pela cidade, e com uma bonita cinematografia por trás, vemos imagens muito elegantes da cidade de Oslo. Por vezes também ouvimos o que as outras pessoas dizem pela cidade, enquanto Anders as escuta muito atentamente, como se tudo o que elas estejam a contar seja tudo aquilo que ele gostaria de ter feito ou gostava de fazer futuramente na sua vida. Esses são momentos extremamente bonitos de assistir, pois ao ouvirmos todas aquelas palavras percebemos o sofrimento de Anders, sem ele sequer abrir a boca para dizer uma única palavra que seja.

O actor Anders Danielsen Lie interpretou o personagem principal (que curiosamente partilha o mesmo primeiro nome que ele) fez um trabalho extremamente bom! Conseguimos sentir toda a sua dor, muitas vezes apenas pelo seu olhar e expressão corporal. Por vezes consegue ser até perturbador só olhar para ele.

Um filme que retracta na perfeição o quanto é difícil para a sociedade aceitar alguém que já cometeu erros no passado, neste caso, alguém que já foi toxicodependente. Uma sociedade que a maior parte das vezes não sabe dar uma segunda chance. Também vemos o lado contrario, o da pessoa que por mais que se tente inserir de novo na sociedade se sente completamente à parte dela. E infelizmente muitas pessoas sofrem com o medo da rejeição, rejeitando-se a elas próprias, duvidando das suas próprias capacidades e credibilidade.

Oslo, 31. August é um filme muito profundo que contém muito poder a nível social, fazendo uma boa crítica à sociedade abordando questões sobre valores morais muito importantes.







Classificação final: 4 estrelas em 5.

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