quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Crítica: Magic in the Moonlight (Magia ao Luar) 2014


Data de Estreia: 04-09-2014

Já estamos bem habituados à visita anual ao grande ecrã de mais um filme de Woody Allen. Um homem com uma filmografia enorme repleta de grandes filmes todos escritos e realizados por ele. Muitos deles onde o próprio é o protagonista. Este ano ele apresenta-nos mais uma das suas comédias, o cheio de charme Magic in the Moonlight (Magia ao Luar).

Em 1928 o famoso, talentoso e místico Wei Ling Soo, está nas luzes da ribalta! Conhecido em todo o mundo pelos seus fantásticos espectáculos de ilusionismo é adorado e idolatrado por muitos, mas poucos sabem que Wei Ling Soo não vem da China nem sequer de lá perto… Ele é afinal um mágico inglês e tudo o que faz não passa de meros truques. Na verdade, o seu nome é Stanley e passa bem despercebido no dia-a-dia, pois sem o seu caricato personagem asiático de faz-de-conta não poderá ser reconhecido por ninguém. Stanley é um homem rude, um pouco indelicado e super vaidoso. Não acredita em nada misterioso ou oculto, visto que a sua própria profissão é uma fraude, pois faz com que todos acreditem no que faz, que na verdade não passa de uma mentira. Stanley duvida de qualquer tipo de actividade fora do que é considerado normal e por isso que é convidado por um amigo a ir até ao Sul de França desmascarar uma jovem Americana que se diz passar por médium, na casa de uma das famílias mais ricas da zona. O seu cepticismo leva-o de imediato a duvidar do facto de que a rapariga possui um dom, e estará mais interessada no dinheiro da família do que em qualquer outra coisa, mas rapidamente estranhos acontecimentos começam a fazer com que Mr. Stanley comece a por em causa as suas próprias crenças.

Magic in the Moonlight consegue transportar nos sempre de uma forma bastante agradável até a uma década cheia de glamour, através de todo o meio envolvente. A banda sonora, os figurinos, cenários e as magníficas paisagens do Sul de França fazem com que a história tenha ainda mais charme. O filme faz em certa parte alguma crítica aos estratos sociais, analisando e satirizando a alta sociedade da época. Também se refere muito à parte da espiritualidade e religião, explorando vários aspectos das crenças de cada um. O medo e curiosidade sobre aquilo que não conhecemos é algo aceite de forma diferente por parte de alguns personagens da história, o que se aplica a cada ser humano pois cada um de nós tem diferentes formas e ideias de acreditar seja no que for.

Colin Firth tem uma performance absolutamente deliciosa! De uma forma muito espirituosa, e mesmo ao estilo de Allen, os seus diálogos são mesmo muito engraçados. É um papel que lhe assentou que nem uma luva! Emma Stone é uma das jovens actrizes que admiro e confesso que estava a espera de mais da parte dela. Não me interpretem mal, pois a sua interpretação foi boa mas estava a espera de ver algo diferente, talvez mais hilariante. Apesar das performances de cada um terem sido sólidas por si só, nas suas cenas juntos a química entre os dois parece ser um pouco fraca em algumas ocasiões. Lembro-me de ler algures que a diferença de idades tirou um pouco a credibilidade ao romance desta história, o que acho que não tenha sido o caso, pois a diferença de idades não importa desde que haja uma certa faísca entre a interpretação dos actores o que aqui não acontece o tempo todo e é essa inconsistência que o torna não tão cativante como deveria ser no seu todo.

Magic in the Moonlight é sem duvida um filme bastante agradável que vos vai proporcionar um bocado bem passado. Inteligente e engraçado, mesmo ao estilo daquilo que Woody Allen nos têm habituado ao longo de todos estes anos, mas que fica um pouco à quem de muitos outros filmes que já fez.








Classificação Final: 3,5 estrelas em 5.

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