sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Crítica: The Normal Heart (2014)


The Normal Heart  é um filme muito poderoso, emocional e devastador que conta a história do activista Ned Weeks, interpretado por Mark Ruffalo. Um homosexual que luta pelos direitos de saúde da comunidade Gay durante os anos 80, quando o virús do HIV-SIDA apareceu em grande massa acabando com imensas vidas.

Ryan Murphy, o conhecido escritor, realizador e produtor de Cinema e Televisão, (mais conhecido por ter criado e escrito series como American Horror Story, Nip/Tuck e Glee) é o responsável por esta obra. O filme consegue ser definitivamente emotivo, mexendo imenso com as nossas emoções graças a grandes performances. Contudo o filme tens alguns problemas, não sendo muito conclusivo à cerca de alguns pontos. A questão dos cuidados de saúde não são bem explorados, tal como o crescimento e evolução da associação criada naquela época chamada "Gay Men’s Health Crisis".

Mark Ruffalo, um actor que já admiro há algum tempo, dá a performance da sua vida dedicando-se por completo a um papel muito corajoso com toda a sua alma e coração! Dá gosto ver quando um actor é capaz de se superar para além daquilo que já estamos a espera da parte dele. Acho que sempre foi um actor bastante subestimado e vê-lo aqui deu-me um certo orgulho pois mais uma vez me provou de que é capaz de nos tocar e emocionar com uma grande performance. Matt Bomer, Alfred Molina, Julia Roberts, Taylor Kitsch entre outros papeis secundários do filme também foram muito bons. O único com quem não me consegui conectar por completo foi com o personagem de Jim Parsons.

A cima de tudo The Normal Heart é um bonito filme que presta homenagem a todos aqueles que já partiram por causa do vírus do HIV-SIDA, mostrando também o grande problema que a sociedade tem em descriminar qualquer pessoa que seja diferente. Todos somos seres humanos, todos somos iguais, todos temos os mesmo direitos.

The Normal Heart é um filme do canal Americano HBO. Infelizmente não sei se chegará as nossas salas. Contudo um filme do ano passado, do mesmo canal, Behind the Candelabra (com Michael Douglas e Matt Damon) foi exibido nos nossos cinemas, portanto quem sabe... Poderá ser mais uma surpresa. Eu recomendo vivamente e se tiverem oportunidade pesquisem por ele, que não será difícil de encontrar.







Classificação final: 4 estrelas em 5.

2 comentários:

  1. "The Normal Heart"(EUA,dir.Ryan Murphy, 2014), que acabo de assistir,um filme sobre a gênese da AIDS/HIV na Nova Iorque dos anos 1980 é uma das experiências estéticas mais contundentes que tive em minha vida.

    Baseado numa peça teatral escrita por Larry Kramer em1985, nos narra as lutas políticas sobre o então "câncer gay". Os regimes de verdade produzidos sobre a epidemia; as dificuldades da comunidade gay em abdicar de sua liberdade sexual tão duramente construída, em prol da contenção da doença; a negligência do poder público diante da questão proposta pelas lideranças gays protagonistas do filme.

    É preciso sublinhar que "naquele momento histórico, silêncio, armário e vergonha significavam morte", lembra o diretor, a partir das conversas que teve com o roteirista Larry Kramer, que fez a obra com tons assumidamente biográficos.A atuação do Comitê da Crise da Saúde dos Homens Gays, fruto dos movimentos sociais pelos direitos civis homossexuais estadunidenses na década de 1980.

    "Os tempos mudaram, mas a discussão sobre a epidemia global da Aids é ainda tão importante e contemporânea quanto o debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a luta por termos, todos nós, o direito de sermos amados e aceitos como cidadãos, independentemente da afetividade sexual. A História provou que Larry estava certo. De herético, ele se transformou em um dos heróis do movimento pelos direitos civis dos gays nos EUA", nos diz Murphy."

    "The Normal Heart" é uma sequência de imagens sobre a vida, a morte, a vulnerabilidade, o governo e os governamentos dos corpos, da saúde coletiva ... mas também dos silêncios, dos "armários" que sujeitam, das lutas dos movimentos sociais e as tensões dentro dos próprios grupos societários com "identidade" de gênero e de orientação sexual... não bastasse tudo isso, é uma bela narrativa sobre o amor que OUSA dizer seu nome, fazendo um trocadilho com a célebre citação de Oscar Wilde.

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